quinta-feira, 22 de março de 2007

Batman sem Robin

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Não chega a ser nenhuma analogia a dupla dinâmica Batman e Robin, mas as comparações eram inevitáveis...

Dia desses me ligou um amigo do colegial. Cheio de cobranças pro meu lado, que eu era um desnaturado, questionando como eu poderia ter esquecido a data de nascimento dele 06/03/1981, e logo não lhe dei os parabéns.
Há uns 15 anos, nós éramos tão amigos, tanto quanto Batman e Robin, nossos apelidos. Onde chegávamos era um tal de Robin pra cá, Batman pra lá...Onde um ia, o outro automaticamente lá estava. Colégio pela manhã, Educação Física a tarde, fins de semana sempre um ou outro churrasquinho, convites jamais nos faltavam. Havia se tornado um homem não tão alto, fazia pose demais, bebia demais, fumava demais e hoje trabalha não sei lá com que, última vez que tocamos no assunto, nem soube explicar direito, preferi deixar de lado então.
Outro que reapareceu, foi o Arthur. Amigo do tempo em que trabalhei no Mc Donald's. Com esse aprendi muitas coisas, também gazeávamos bastante. Até hoje me lembro dos nossos tempos de caixa no Mc Donald's, de nossa rivalidade, sadia, para ser o nº 1 e, dos ensinamentos ( nem sempre recomendados ) que me fez, como por exemplo, passar lanche de graça para amigos.
Éramos como irmãos. Fazíamos nossas falcatruas, (não, não matamos ninguém e tão pouco roubamos o Banco Central de algum Estado da Federação). Chegamos a ficar uma vez com a mesma garota, Juliana, nada grave, nem de longe abalou nossa amizade, até nisso nos entendíamos.
Hoje em dia fiquei sabendo que trabalha carregando caixas, que ainda não terminou o Ensino Médio e, que infelizmente não perdeu a péssima mania de "ganhar dinheiro de forma ilícita". A última vez que nos vimos, preferia nem tê-lo visto, tentou comprar, no estabelecimento onde eu trabalho, um celular, para ser exato um W810i Sony Ericsson, e infelizmente queria pagar com um cartão clonado. Versos do texto "Vestida de Preto (Mário de Andrade)", me vêem a memória - Fiquei estarrecido olhando com uns fabulosos olhos de imploração para o travesseiro quentinho, mas quem disse travesseiro ter pena de mim - E não tinha mesmo.
Ele me ligava até então, com umas insinuações do tipo "poxa você está num emprego bacana", "claro você conhece tantas pessoas", " você bem que podia arrumar uma bocada dessa para mim também." Tentei ajudar, mas a verdade é que ele se transformou num ser insuportável e eu não quero mais ser amigo dele. O que fazer? Sair assim, abandonar meus melhores amigos na adolescência.
Na vida a gente anda pra frente, estou voltando para minha faculdade, trabalhando bastante, ganhando uma graninha, conhecendo pessoas que estão me ensinando o que é um bom restaurante, bom livro, bom filme. Enquanto isso o Arthur e meu amigo do colegial, parecem até que pararam em uma data qualquer do ano de mil novecentos e noventa e tarará. Nunca ouviram falar em Joss Stone, tão pouco em Damien Rice.
Nessa hora eu me pergunto, que assunto vou ter com essas pessoas. Quando ainda comparecia em alguma data comemorativa, fazia um esforço tremendo para poder suportar aqueles olhares me julgando o "traidor da paródia". Não quero mais passar por isso, mas também é difícil ignorar amigos marcantes.
Os meus amigos de hoje foram aparecendo, talvez vieram para ocupar um lugar que acabou ficando vazio. Com eles que eu rio, que conto minhas alegrias e tristezas. Mas o que faço com os outros que se perderam no tempo? O que fazer com os íntimos que se tornaram estranhos?
Apenas sinto saudades do tempo em que tudo era simples, onde Batman e Robin combatiam juntos, tudo que fosse maledicências, e juntamente com o Arthur, andávamos pelas noites de Brasília sem rumo, íamos sempre parar em algum lugar divertido .
Tenho saudades daqueles amigos e de mim também, que julgava menos e era muito mais feliz.

terça-feira, 20 de março de 2007

Nego ou Branco.

Nunca tive depressão. Não sei o que é isso. Mas pessoas muito próximas de mim tiveram, têm...Sei bem avaliar o tamanho da encrenca. E, pior, o tamanho enorme do preconceito em relação a todas essas doenças ditas de cabeça.
Você vira o louco, quase que uma pessoa em que não se pode confiar. Parece que está daquele jeito porque quer, porque não se controla, porque é incompetente para administrar sua vida...
Pensa comigo: se a pessoa tem diabetes, por exemplo todo mundo tem cuidado, compreensão, ajuda a cuidar; nego ou branco não é julgado em praça pública e condenado sem defesa.
Parece incrível que com toda a overdose de informação que temos hoje em dia, com toda a suposta evolução do conhecimento, a gente - nesse departamento - ainda se comporte como uns bárbaros ignorantes. ( Se fosse só nesse departamento, ótimo né? Enfim...)
Sei que, além de achar tudo isso um absurdo, penso que uma certa dose de loucura é fundamental na vida. Claro que não estou falando de sofrimento, de doença, de dor, mas sei que você me entende...
De perto ninguém é normal e ponto. Um pouco de loucura, uma loucura bem dosada, balanceada, é básico para sobrevivência nessa nossa selva do dia-a-dia; é fundamental para a gente conseguir desligar, viajar, entrar em outra. E para segurar a onda...Só com loucura, amigo! Para poder rir sem culpa, para poder valorizar o que nos acontece de bom. Até porque, indo por outro caminho, lucidez e loucura estão ali, né? Grudadinhas, uma na outra!
O que eu quero dizer? Já disse: Abaixo qualquer tipo de preconceito. E viva a loucura nossa de cada dia, que nos salva. Você é normal? Então já não confio em ti!